É desejo. Poderia ser amor, poderia ser paixão, poderia ser
um simples querer. Mas é desejo e desejo arde até as entranhas. E ardia.
A noite estava gelada, ventava como há anos eu não via, as
luzes nos postes me deprimiam, parecia que eu havia voltado a São Paulo. E a
lembrança do seu beijo era uma pequena luz no meu peito, que não me deixava
ficar tão fria. Cheguei em casa vi sua mensagem e o que era uma pequena luz
aumentou, agora eram faíscas internas. Tomei banho, fiz um chá e comecei a ler
deitada na cama, deitada do lado que você se deitou quando esteve comigo, a
faísca virou labareda, aos poucos me vieram as lembranças das duas noites que
se passaram... Os toques, os beijos, as mordidas na coxa e nas costas. Meu
peito nas suas costas, e seu peito nas minhas. A expressão de prazer estampada
na sua cara, os movimentos delicados e bruscos. Você pegando na minha cintura,
arrancando minha roupa, me pondo no seu colo arrancando meus suspiros e tirando
meu fôlego. Me fazendo perder a respiração e os gritos não reprimidos de prazer,
a batida da minha mão na parede, o leve arranhar nas costas. O beijo,
novamente. O beijo e o suspiro.
A conversa deitados na cama, por horas. Não lembro o que
durou mais, se foi a conversa ou o sexo, ou o perfeito conjunto dos dois. Também
não sei o que foi melhor. Mentira, eu sei, foi o sexo, me deixando louca. Me
fazendo arder durante a noite e morder os lábios e dedos quando lembro de você.
Quero mais e quero de novo, claro. Então por que não lhe responder a mensagem
que me enviou, dizendo:
-Fica, vai ter bolo.
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