segunda-feira, 14 de julho de 2014

Faísca.

Começa como faísca, esta gera calor,então sopra um vento,leve e suave,porém perigoso,pois traz com ele vários outros elementos, esse vento ao invés de apaziguar o calor faz com que ele vire fogo, após isso vem a primeira explosão, que joga fogo para todos os lados. Altera os estados e mescla os estágios. É preciso se despir: de preconceitos, enigmas e frases feitas. Se despir do pudor e de qualquer sentido.
Mas o calor, aquele calor que não se entende, que vem como ondas de dentro de nós, calor enigmático, aquele calor permanece, e apenas se aplaca com outro corpo, que tenha a mesma quantidade de calor. Enigma da física, mistério da química. O toque que inebrie, e ao mesmo tempo, faça o calor desvanecer, também trará o prazer.
Ficar fora dos sentidos completamente, não entender o que acontece e não saber descrever o que ocorre com nenhuma filosofia ou teorema, gritos com palavras que não formam frases complexas que possam ser estudadas, gritos mudos, delírios. Torpor e contração, combustão interna pelo fogo que emana do corpo próximo ao seu e do seu próprio corpo.

Desejo. Sentimentos opostos, ao mesmo tempo que o desejo é que se continue eternamente aquele exercício você quer também ter o prazer total que apagará o fogo. O mais forte vence, em terrível batalha dos sentidos, apaga-se o fogo, se extingue o torpor, ficam os tremores, e o corpo treme e tenta entender o que ocorreu a ele, mas não se explica. A respiração muda de lugar, respira-se bela boca, pela perna, pelos olhos. É tanta moleza que parece que seu corpo se desfez após tanta energia para terminar essa combustão. E aos poucos ele se reintegra, com cuidado, com medo de nova explosão, com medo do fogo. A respiração volta ao lugar que é dela de direito e o tédio volta ao seu corpo :suas pernas, seus braços, seu peito, sua cabeça voltam a sua função original e tudo volta ao lugar. Até que se encontre outra faísca.