Começa como faísca, esta gera calor,então sopra um vento,leve e suave,porém perigoso,pois traz com ele vários outros elementos, esse vento ao invés de apaziguar o calor faz com que ele vire fogo, após isso vem a
primeira explosão, que joga fogo para todos os lados. Altera os estados e
mescla os estágios. É preciso se despir: de preconceitos, enigmas e frases
feitas. Se despir do pudor e de qualquer sentido.
Mas o calor, aquele calor que não se entende, que vem como
ondas de dentro de nós, calor enigmático, aquele calor permanece, e apenas se
aplaca com outro corpo, que tenha a mesma quantidade de calor. Enigma da
física, mistério da química. O toque que inebrie, e ao mesmo tempo, faça o
calor desvanecer, também trará o prazer.
Ficar fora dos sentidos completamente, não entender o que
acontece e não saber descrever o que ocorre com nenhuma filosofia ou teorema,
gritos com palavras que não formam frases complexas que possam ser estudadas,
gritos mudos, delírios. Torpor e contração, combustão interna pelo
fogo que emana do corpo próximo ao seu e do seu próprio corpo.
Desejo. Sentimentos opostos, ao mesmo tempo que o desejo é
que se continue eternamente aquele exercício você quer também ter o prazer
total que apagará o fogo. O mais forte vence, em terrível batalha dos sentidos,
apaga-se o fogo, se extingue o torpor, ficam os tremores, e o corpo treme e
tenta entender o que ocorreu a ele, mas não se explica. A respiração muda de
lugar, respira-se bela boca, pela perna, pelos olhos. É tanta moleza que parece
que seu corpo se desfez após tanta energia para terminar essa combustão. E aos
poucos ele se reintegra, com cuidado, com medo de nova explosão, com medo do
fogo. A respiração volta ao lugar que é dela de direito e o tédio volta ao seu
corpo :suas pernas, seus braços, seu peito, sua cabeça voltam a sua função
original e tudo volta ao lugar. Até que se encontre outra faísca.
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