Existe uma música do Strokes chamada “What ever happends?”. Toda
vez que a ouço, lembro de mim e de alguns amigos próximos. Nossas situações
amorosas são parecidas com partes dessa música. Claro que ao colocar essa
trilha sonora em nossas histórias amorosas estou florindo uma desgraça, pois é
isso que é o amor: uma desgraça e a paixão é uma praga. Porém a paixão consegue ser melhor que o amor. Ela passa.
Nossas vidas não se resumem a amar e ser amado, não somos tão carentes ou
inocentes assim, mas a grande maioria de nós já provou o fel do amor e quer
esquecê-lo com uma entrega carnal ou com ambições fatais. Não somos bons o
bastante para o amor, ou não é esse o ponto?
O que, entre nós, mais bebe desse cálice e sem recusável
medo o assume não é o mais feliz sempre, mas o mais feliz temporariamente, ele
nos prova todos os dias que o amor não é felicidade, que o amor é o amor e
ponto, único e independente nada se compara a ele e nada é ele. Eu já fugi,
todos fugimos, e já fomos de encontro a esse sentimento e nada ainda deu certo.
Nos rasgamos e nos enterramos em bares por isso, desejamos
queimar a casa ou cortar os pulsos, nada adianta, nada vale quando se sente
isso. Nós continuamos nos desencontros da música, brincando de chegar e partir, se envolver e correr, cair e carregar, até, por fim, esquecermos o amor ou
preencher o vazio que sua falta nos faz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário